quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Série Aventura e Sobrevivência: Parte 1 Camuflagem e Reconhecimento


“Ou você tem uma estratégia, ou faz parte da estratégia de alguém”  
-Alvin Toffler


Camuflagem e reconhecimento de local.


Primeira Parte da Série em 3 capítulos que serão postados semanalmente.

Reconhecimento prévio de local.

Em novembro de 2003, o casal Liana Friedenbach e Felipe Caffé foi assassinado depois de cerca de 4 dias de tortura. Os dois estavam acampando em um sitio abandonado em Embu-Guaçu, Cidade na região metropolitana de São Paulo, porém foram surpreendidos por Paulo César da Silva Marques, o "Pernambuco", Roberto Aparecido Alves Cardoso, menor infrator conhecido como "Champinha", Antônio Caetano, Antônio Matias e Agnaldo Pires, o desfecho dessa história conhecemos bem.
Já em setembro de 2012, seis rapazes foram passar o dia numa cachoeira no município de Mesquita no Rio de janeiro e lá chegando, foram surpreendidos por traficantes, torturados e mortos. Os corpos foram encontrados na beira da estrada, enrolados em lençóis com marcas de tiro e espancamento.

Novamente no rio de janeiro, no Mês de agosto de 2013, uma onda de assaltos colocou em risco diversas pessoas que faziam as trilhas da Pedra da Gávea e da Pedra Bonita. Um grupo fora assaltado por homens encapuzados que saiam do meio da mata, outro foi assaltado por dois homens que nem mesmo cobriam os rostos. Cerca de 40 pessoas foram roubadas em menos de dois dias.
Como se Prevenir de uma situação dessas? Algumas vezes, ao tomar certas atitudes básicas uma situação dessas é evitada, adotar uma camuflagem simples e fazer um levantamento do local a ser explorado são medidas importantes a serem tomadas e na verdade são bastante fáceis e podem salvar a sua vida.

Trilha na favela da formiga

Preparação inicial.
Ao se preparar para a aventura, é recomendado avisar para pessoas próximas para onde se está indo e em quanto tempo pretende voltar. Essa é a prevenção mínima, pois se passar um ou dois dias do previsto, vão saber onde te procurar. Evite também ir sozinho, pois a vantagem é de quem está em
maior número, teoricamente)



Escolha o Local com cuidado, é recomendado até procurar a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros mais próximos do local onde se vai, para saber se o local é bem frequentado, sinalizado, ou até mesmo se há risco de assaltos.
Zonas próximas a periferias e comunidades carentes devem ser evitadas, pois podem ser usadas por traficantes e bandidos para esconder corpos, ou mesmo cometerem chacinas,  por serem locais onde não se costuma haver rondas policiais tão frequentes. Frequentar uma mata próxima a esses locais, pode trazer graves riscos a sua vida e muito estresse a sua família e amigos.
Fique atento sobre áreas de preservação, muito presentes na mata atlântica, pois mesmo com a fiscalização, é possível se deparar facilmente com extratores ilegais de palmito, madeireiros irregulares, traficantes, garimpeiros e caçadores.

Acampamento ilegal de extratores de palmito


Todos sabemos o risco de encontrar uma dessas pessoas e o que pode nos causar. Uma dica de fácil utilização para se prevenir desse tipo de coisa é investigar a área via “Google Maps” ou “Google Earth”, pois através desses instrumentos, é possível ter visão aérea do local, embora entrar em contato com a Polícia mais próxima da região seja imprescindível.

Pista de pouso ilegal

Camuflagem

A arte de se camuflar, vai muito além de usar um uniforme camuflado com padrões (Tanto que a Lei 6.880 de 1980 no artigo 76, parágrafo único estipula: “Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito aos uniformes, distintivos, insígnias e emblemas militares, bem como seu uso por quem a eles não tiver direito.”). Camuflagem é por definição, o conjunto de técnicas e métodos para ser indistinto do meio onde se encontra.

Barraca apropriada para mata
Barraca inapropriada
É necessário que você saiba escolher bem as cores de tudo que será levado no campo. Desde as roupas aos equipamentos, sendo que deve-se levar em consideração o terreno onde irá ficar. A cor da barraca é muito importante para o acampamento, por exemplo. É muito destacável cores como laranja, ou amarelo em um ambiente de mata, assim como uma barraca verde é de destaque em um ambiente como um terreno arenoso como uma praia ou a caatinga. Roupas com cores que fogem da cor do ambiente como vermelho, laranja, amarelo devem ser evitadas, por tornarem-se alvos fáceis e destacados.


Deve-se aproveitar de folhas, galhos, terra e barro para se mesclar no ambiente, e caso seja necessário, usá-los junto ao corpo como vestimenta ou auxílio. Tente se lembrar dos animais que se camuflam escondendo se em locais de cores semelhantes a eles, e tente aproveitar a cor das árvores, folhas secas, e terra para escolher suas roupas e equipamentos.

Exemplo de não-equivalência entre camuflagem e terreno
Qualquer brilho ou reflexo pode te identificar facilmente, então disfarce ou retire qualquer relógio, corrente, ou pulseira de metal, plástico brilhante, etc. Disfarce tudo que puder com lama, até mesmo seu rosto. Tome cuidado para não exagerar, pois ao mesmo tempo que um rosto limpo chama atenção, o mesmo rosto cheio de lama, chama tanta atenção quanto. Disfarce a sua  silhueta com folhas ou galhos, para que não seja visível à distância, pois o formato do corpo é muito evidente, disfarçando-a com esses materiais você se torna menos visível  em meio a mata.

Pegada humana


Rastreamento e Fuga
Em áreas de risco, evite acender fogueiras, pois elas chamam atenção pela iluminação e pela fumaça. Se o fizer, acenda a fogueira aos pés de uma árvore, pois a fumaça sobe acompanhando o tronco e assemelha-se à névoas nas copas das árvores ao redor. Evite cozinhar, pois o cheiro da comida pode facilmente te localizar, sendo que o mesmo pode chegar a 1,5km de distância. Caso precise apagar, não utilize água, pois produz muita fumaça, faça-o por abafamento, utilizando terra, areia ou o meio que tiver disponível, como bater com galhos de folhas verdes.

Guerreiros de selva camuflados na mata

Evite deixar rastros, como restos de comida, ou lixo. Recomenda-se por preservação da natureza que todo lixo seja recolhido e descartado em local apropriado, porém se for necessário, pode-se enterrar o lixo orgânico em momento de emergência em que precise abandonar o local rapidamente. Observe também Galhos quebrados, pegadas, folhas amassadas no chão, que podem facilmente te localizar e indicar o caminho da sua rota de fuga. Pode-se utilizar dessa dica para saber se o local onde montará seu acampamento fora ocupado anteriormente. Tente deixar o mínimo de pistas possíveis da sua localização, isso pode salvar a sua vida e de seus companheiros, sendo que, uma das regras mais importantes do Corpo de Fuzileiros Navais em campo diz que ninguém deve ser deixado para trás.

Traga sempre consigo um binóculo, que te possibilitará visualizar se há alguém te perseguindo ou rastreando, Tenha sempre em mente que o perseguidor pode ter os mesmos conhecimentos de rastreamento, ou até anos de prática! Localizá-lo com um binóculo pode te oferecer uma grande vantagem, pois enquanto você faz uma fuga e elimina os rastros, você saberá onde o risco se encontra e poderá ter uma escape mais eficaz.

Um ótimo método de se manter indetectável é diminuindo sua massa visível, utilizando, além das técnicas de camuflagem, é a técnica de rastejo, que é utilizada em qualquer força armada. Você pode rastejar lentamente, e fazendo o mínimo de barulho possível fazendo um semicírculo em volta do seu perseguidor, saindo por trás do mesmo, para que assim possa escapar em segurança ou emboscá-lo, o que não é nem um pouco recomendado.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Every Day Carry, Kits cotidianos


O conceito de Every Day Carry (do inglês: que se leva todos os dias), ou EDC, é de um kit ou material carregado junto ao corpo, no carro, ou em casa que lhe sirva em determinada situação. Um kit com um pequeno canivete, um isqueiro e um pedaço de paracord pode ser um kit utilizado por alguém na cidade grande; um terçado de 18 polegadas pode ser o EDC de um campeiro, ou um fazendeiro. O conceito é muito abrangente, o que define uma faca ou um kit como um EDC é o seu uso e não tamanho ou modelo, como muito pode se discutir. Falaremos aqui sobre itens que podem ser utilizados na montagem de um kit cotidiano eficiente.



Tamanho do kit
Dependendo da localização do indivíduo, não é muito recomendado que seu Kit do dia-a-dia seja um facão e uma lanterna grande. Para a maioria das pessoas, um kit ideal deve ter o tamanho aproximado de uma carteira e muitas das vezes possui apenas um canivete, uma pederneira ou isqueiro e uma lanterna pequena.


Pode ser feito Também um kit um pouco maior, utilizando lâminas de até 15cm para serem levados em mochilas, podendo até ser kits mais elaborados, sendo que algumas pessoas optam até mesmo por levarem seus equipamentos dentro de uma mochila a prova d’água, ou manter o kit dentro de um saco estanque na mochila.



O que levar?
Provavelmente esse é o quesito mais relativo desse artigo, diria até mais do que a discussão sobre o que vem a ser o EDC. E antes de responder a essa questão, deve-se analisar o motivo de se fazer um Kit de sobrevivência básica. O que você precisará no seu dia se uma emergência acontecer?



Se você é um ciclista, provavelmente seu EDC terá remendos de câmara, ferramentas de troca de pneu de bicicleta, cola para borracha entre outros itens. Se você é motorista, seu kit deve ter ferramentas para o veículo, um pequeno galão de gasolina para emergência, e água.



Cada kit depende da necessidade da pessoa. Algumas vezes no seu dia, você irá pensar “Ah, se eu estivesse com Tal Ferramenta, isso seria diferente!”, e pensando assim, você montará o seu kit particular.



Legislação sobre o porte de Lâminas em seu EDC
Não é crime portar uma lâmina no Brasil, De acordo com o que estabelece o Código Penal Brasileiro, crime é fato típico e anti-jurídico. Ou seja, deve ser uma conduta que se encaixe perfeitamente em uma prévia descrição legal e que, ao mesmo tempo, seja contrária ao direito.
Ressalvando-se as espadas e espadins militares, que por força de legislação específica são de uso exclusivo das Forças Armadas, não há norma que tipifique a conduta de se portar lâminas em nosso ordenamento jurídico. Pode-se afirmar, deste modo, que o porte de lâminas não constitui crime em nosso país.
Se um dado cidadão é pego pela polícia portando uma faca, Caso este cidadão não ofereça risco algum a si mesmo ou aos demais, ele não incorre em nenhuma conduta criminosa, de modo que prendê-lo ou mesmo encaminhá-lo à autoridade policial apenas por este motivo configuraria um ato flagrante de abuso de autoridade.


Entender de modo diferente significaria criar situações esdrúxulas e juridicamente insustentáveis. Imagine-se, a título de exemplo, uma senhora que fosse parada em uma barreira policial logo após comprar um faqueiro em um supermercado. Alguém teria coragem para acusá-la de transportar um arsenal em sua sacola? 

Todavia, encontrando-se o referido cidadão em uma situação que possa oferecer risco – ainda que potencial – a si mesmo ou aos demais (como no caso de locais com grande aglomeração de pessoas), deve o policial apreender a lâmina (ou outro objeto semelhante) e encaminhá-la à autoridade policial. Resta ao cidadão, neste caso, solicitar ao policial a lavratura do Auto de Apreensão, para que o mesmo possa, posteriormente, reaver a sua lâmina.


Fonte:
http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13002

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Construção de Abrigos


Segundo o manual de campo 21-76-1 do Exército Norte-Americano, a sobrevivência é uma decisão, é uma simples questão de opção. Numa situação extrema, é você que escolhe se vai sobreviver ou não. Seguir uma série de fatores vai definir se você vai sair vivo ou não de uma situação extrema, como encontrar água, comida, fazer fogo e construir um bom abrigo.



O Abrigo deve ser considerado por vários motivos: proteger-se da chuva ou do frio; esconder-se de animais que podem ser perigosos; mas também, há uma âncora psicológica no abrigo, pois ele vai te oferecer conforto, vai ser o local onde você vai se acalmar e pensar, o abrigo será o seu ponto onde poderá esfriar a cabeça.

Dependendo de onde você se encontra, há centenas de modos de se construir um abrigo. Baseado no manual de sobrevivência do Centro de Instrução de Guerra na Selva, do Manual do Exército Canadense e outras fontes, mostrarei alguns modos de se abrigar.

O Local

Deve-se escolher muito bem o local para um abrigo. O ideal seria um local plano e elevado, que te protegeria de animais selvagens ou possíveis inundações, um lugar com isolamento natural do vento também pode ser excelente. Ter água por perto pode parecer muito bom, porém não esqueça que é lá que se acumulam mosquitos e insetos, e dependendo da região, pode haver sapos, jacarés e quem sabe uma onça pode resolver matar a sede no meio da noite...

Estrutura e materiais

A parte mais importante do seu abrigo é a viga de sustentação, embora nem todos possuam uma, ou outros possuem mais de uma. Se a viga não for muito bem firmada ao solo ou onde quer que seja, o abrigo todo desabará sobre você.
Deve-se planejar totalmente a construção do abrigo antes de inicia-la, recomenda-se que faça um desenho na areia ou terra, para ter uma ideia do que vai fazer. À partir desse ponto, reunir todo material necessário para a construção: cipós, madeiras, palhas, folhas de palmeira, coqueiro, e tudo que tiver disponível. Pode ser muito útil utilizar um ou dois ponchos para cobertura do abrigo, lonas plásticos e tudo que for encontrado poderá te ajudar para proteção. Uma boa faca ou terçado é extremamente recomendado para esse momento.

Exemplos de abrigos
Tente posicioná-lo com a parte traseira contra o vento, o máximo possível, senão seu abrigo pode sair voando. A construção é simples, crava se duas vigas verticais prende-se entre elas, duas horizontais, com auxílio de cipó ou corda para sustentarem vigas diagonais. A cobertura pode ser feita com poncho, lona, palha, ou folhas.





O mesmo abrigo pode ser construído de diversas formas, vemos na figura abaixo, uma variação, sendo que esta pode utilizar de uma árvore como viga principal. Note no detalhe como são feitos os nós, ou como são utilizados outros artifícios para a armação da estrutura.





Utilizando-se de galhos de madeira, podemos construir também um abrigo que nos lembra as cabanas dos índios americanos, veja os exemplos:




                                          

Há também abrigos mais sofisticados, que levam mais tempo para ser construídos, e são ocupados por mais de uma pessoa, ou até um pequeno grupo, usando árvores caídas, troncos e galhos, a estrutura pode ser obtida formando uma cabine desse modo:




Porém para situações mais emergenciais, podemos utilizar de abrigos mais simples, porém tão eficazes quanto esses que são mais elaborados.





Segundo, ainda, o Manual de Guerreiro da Selva, deve se considerar:
É necessário construir um abrigo para a fogueira, para a lenha, para alimentos, etc, pois as chuvas são fortes e quase sempre inesperadas. O fogo não deve ser aceso debaixo do abrigo por motivos óbvios e, ainda, porque o calor atrai serpentes e outros animais perigosos.
É imprescindível que todos os detritos sejam enterrados numa fossa, o que evita companhias indesejáveis (roedores, serpentes, formigas, etc). Essa observação inclui a utilização de latrinas.

Não devem ser dados nós em cipós (exceções: de porco ou de barqueiro), suas pontas devem ser enroladas nas voltas dadas nas vigas.


Fonte:

Manual do Guerreiro de Selva - Exército Brasileiro
Never Say Die - Candian Army Survival Manual

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Dicas: Como Fazer Armadilhas

Embora a caça seja proibida no Brasil, em caso de extrema necessidade pode haver uma exceção. Mostraremos aqui, apenas instrutivamente como fazer armadilhas que podem, em casos extremos, salvar a vida de um sobrevivente faminto.

Aviso: As informações contidas nessa postagem tem fins instrutivos somente e não recomendamos nem incentivamos a caça, ou reprodução das armadilhas abaixo, exceto que sua vida dependa disso.



A Armadilha mais simples consiste apenas em cavar um buraco, ou fazer uma construção em forma de funil com a boca maior virada para baixo. Ou seja, a base ou a parte mais baixa será maior, com por exemplo 1 metro de diâmetro, altura de cerca de um metro e meio, e a boca (onde cairá a presa) com cerca de 40 centímetros de diâmetro.
É colocada uma isca no fundo da armadilha, quando um animal entra para pegá-la, ele não consegue mais sair, por causa do formato das paredes que não permitem escalada ou algo parecido.




Chiqueiros São muito utilizados para caças grandes, como onças ou Gato-maracajá. Neste caso seria para mais um caso extremo de sobrevivência, excluindo se de qualquer modo a possibilidade de abate, e sim apenas para defesa.
Quando destinadas à primeira, não haverá necessidade de serem assoalhadas, mas para o segundo sim, com madeira dura (paxiúba, por exemplo). Quando para onça, deverá ter um outro compartimento na parte de trás, onde será colocada a isca (qualquer animal vivo); quando para o gato-maracajá, não haverá necessidade desse compartimento, pois a isca será carne, vísceras ou
peixe. O importante nessa armadilha será o gatilho que a fará funcionar, composto de madeiras e cipós, e cuja construção dependerá da habilidade do caçador.




Um tipo de armadilha muito usado para pegar tatus (china, canastra, quinze-quilos, peba, bola),são os Mundéus. Estes baseiam-se no peso do próprio tronco que, quando cai por desarme do gatilho, atingirá o animal. Serão construídos sobre as trilhas ou próximos às tocas, e não precisarão de isca.



Talvez o tipo mais comum de armadilha, a arapuca normalmente é usada para pegar jacu, jacamim,
mutum, etc, ou seja, aves grandes.





Laços- Grande será a variedade de laços, nos quais se colocarão, ou não, iscas, de acordo com a caça pretendida. Eis nas imagens abaixo, uma variedade de armadilhas de laço.










RECOMENDAÇÕES FINAIS
a.As armadilhas deverão ser montadas antes do cair da noite e nas partes mais estreitas das trilhas; quando se quiser canalizar o animal em direção a uma delas, bastará construir um “túnel”.

b.Os laços deverão ter suas aberturas calculadas para deixar passar a cabeça do animal, e não o seu corpo. Os de enforcar e suspender terão duas vantagens: matar rapidamente e colocar a caça fora do alcance de outros animais.

c.É conveniente macerar folhas de árvores, misturar com água e aplicar a solução no local da armadilha, visando não permitir que odores estranhos à região afastem o animal.

d.Tudo o que se construir durante a montagem de uma armadilha deverá ser muito bem camuflado, para não despertar suspeitas.

e.Os locais em que forem carneadas as caças poderão atrair outros animais; neles será, portanto, aconselhável e vantajoso colocar armadilhas.

f.Toda a equipe na sobrevivência deverá conhecer a localização e não poderá andar nas trilhas dos animais e, por motivo de segurança, as “áreas de matar” devem ser evitadas.


Fontes:

Never Say Die, Canadian Survival Manual. Canadian Army

Instruções Provisórias de Sobrevivência na Selva. Exército Brasileiro. (1999)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Introdução ao Bushcraft


A tradução mais correta ( e ao pé da letra) para Bushcraft é artes mateiras. A partir desse termo tem-se a ideia errada de se chegar num local, montar sua barraca, acender fogo com sua pederneira, e cozinhar os peixes que você pegou com o kit de pesca da sua “faca do Rambo”. Se essa é sua imagem de bushcraft, esqueça essa sobrevivência moderna e seja bem vindo à sobrevivência primitiva.






Bushcraft é a arte de aprender a sobrevivência com recursos escassos, imitando uma situação onde você precise realmente sobreviver e não esteja com o seus equipamentos mais avançados. Algo como uma preparação para um momento como um acidente de carro em meio a mata, um pouso de emergência, um naufrágio próximo a costa, ou até uma hecatombe urbana, sendo que para esta, você teria mais recursos fugindo um pouco do conceito também de arte do mato.


Muitas vezes esse será o cenário se você se perder

Uma verdadeira aventura de bushcraft, você precisaria encontrar um local seguro, alimentos, construir seu abrigo, fazer suas próprias facas com pedras, fazer suas ferramentas de caça. Embora soe um tanto radical demais, a menos que você ande sempre com sua faca , pederneira e paracord, se acontecesse um acidente agora e você fosse o único sobrevivente na área, seria necessário se virar sem equipamento algum!





O aprendizado do mato é árduo e longo, ninguém vira um Bushcrafter da noite para o dia, ou vendo vídeos no youtube. É necessário praticar diversas vezes, estudar botânica para conhecer quais plantas serão uteis para você, ou até mesmo qual pode ser perigosa. O praticante precisa aprimorar cada vez mais técnicas de caça, pesca, montagem de abrigo, camuflagem (no caso seja necessário se esconder de animais, ou para proteção), de como fazer fogo, entre outros recursos básicos que é necessário aprimorar, como orientação, controle de recursos e auto-controle.

Você sabe reconhecer essa planta? Ela é venenosa ou é uma fonte de alimentação?




E claro, para se iniciar nessa área, nada melhor que começar fazendo as coisas de um modo mais fácil, indo para o mato equipado, com sua faca, sua pederneira, sua bússola, GPS, facão, manta ou barraca térmica, cantil, etc. Pois se você for sem eles, não há garantias que você voltará, ao menos com saúde (física ou mental)!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Pedra da Mina



Segundo a Wikipédia, A Pedra da Mina ou Pico Pedra da Mina é oficialmente a quarta montanha mais alta do Brasil e está situada na Serra da Mantiqueira, na divisa do estado de São Paulo com o estado de Minas Gerais. Com 2.798,39 m de altitude (medição revista por satélite/GPS pelo IBGE ), é o ponto culminante da Serra da Mantiqueira e do estado de São Paulo, e a terceira montanha mais alta do estado de Minas Gerais. 

A primeira expedição que obteve sucesso foi em 1955, quando através de um barômetro apontou-se a sua altitude com 2.718 metros por um grupo de 8 pessoas que teve acesso a partir do bairro Paiolinho, na cidade de Passa quatro (MG). Até a década de 1990 a Pedra da Mina permaneceu praticamente intocada devido a dificuldade que se tinha de atingir suas regiões mais elevadas. Porém no ano 2000 foi corrigida essa medida, apontando 2.789 m de altitude. O IBGE hoje reconhece a Pedra da Mina como a quarta montanha mais alta do Brasil (após os picos da Neblina, 31 de Março, Bandeira e Calçado) e como o ponto mais alto do estado de São Paulo.



A trilha

O acesso à pedra pode ser feito em duas opções: Pela trilha do Paiolinho ou fazendo a Travessia da Serra fina. A Primeira opção é a mais curta e rápida, por isso é a mais utilizada por quem quer chegar ao topo da nossa aventura em menos tempo, a trilha é bem demarcada e a subida demora em torno de 6 horas de percurso. Já pela Serra fina, o acesso é mais dificultoso e é recomendado para pessoas mais experientes, ou mesmo com auxilio de um guia, sendo que a trilha completa (ida e volta) demora cerca de 2 dias.



Aos 1566 metros de altitude, que sinalizam o início da trilha, há uma placa com informações sobre o local. A trilha se inicia bem demarcada até a primeira porteira, onde a partir daí começa a ficar mais fechada, com a vegetação mais densa e a partir da segunda porteira, a mata é fechada e te recepciona ao primeiro riacho que embora pequeno, apresenta água bastante clara e limpa, e a trilha novamente se mostra demarcada até a apresentação do segundo riacho, maior do que o primeiro, mas que não perde em beleza e qualidade.



Seguindo deste ponto, encontra-se uma leve subida até a chegada à primeira clareira, onde se encontra a panela vermelha e um caminho a direita onde começa o caminho pela mata, que vai se tornando menos densa dando lugar a terra e pedras, cerca de 1750, 1800 metros de altitude.



Logo, a aproximadamente 200~250 metros a frente há uma nova clareira para acampamento de cerca de 4 barracas, o último ponto da trilha que tem água. Esse local é um ponto de preparo para o pior trecho da trilha, a chamada subida do Deus-me-livre!

A subida do Deus-me-livre tem cerca de 400 metros e é intensamente íngreme, e ao seu final há uma pequena clareira, uma recompensa em forma de descanso. Logo após inicia-se a subida de mais três morros, sendo os dois primeiros com alturas muito parecidas e o último mais alto, e em seu início há uma espécie de bambuzal, a única sombra acima de 2000 metros de altitude, pois não há mais árvores por lá.
Nesse ponto, têm-se a primeira visão da pedra da mina. Então descendo a esquerda da trilha, encontra-se o ultimo acampamento, onde começam a aparecer os totens de pedras e pode ser avistado também o vale mais elevado do Brasil, o Vale do Ruah, com altitude de aproximadamente 2500 metros.






Passando o acampamento, começa a subida ao cume, sendo o lado esquerdo, o menos íngreme. A subida, demora cerca de 1 hora, mas tem como recompensa estar no topo da 4º montanha mais alta do Brasil, ver todo o Vale do Paraíba e o Sul de Minas Gerais, e claro, ter o prazer de assinar o livro de cume.







A Descida não tem muitos segredos, porém é tão árdua quanto a subida. O percurso completo, dura cerca de 5 horas. Em mais ou menos 1 hora e meia chega-se a Descida do Deus-me-livre, e depois inicia-se uma descida menos acentuada, porém não menos escorregadia, passando novamente pelas clareiras, pela panela vermelha, pelos riachos, até a fazenda Serra fina, onde é a entrada da Trilha.







A trilha da Pedra da Mina é indicada para pessoas experientes, ou no mínimo acompanhado de quem tenha experiencia, Após os 2000 metros a dificuldade aumenta um pouco. A melhor época do ano para subir a Pedra da Mina é o inverno. Evite o ir durante o verão, pois o tempo pode mudar rapidamente e a incidência de raios é grande. Existem poucos pontos de água na trilha sendo que o último fica aproximadamente na metade do caminho, portanto planeje bem e leve uma quantidade de água suficiente. No inverno, temperaturas de -10ºC não são incomuns. Leve um bom equipamento e roupas quentes. Um bom conhecimento de navegação é imprescindível. Tenha um mapa e bússola e se possível leve um GPS. Se não houver lugar disponível no cume, existe um bom lugar para acampar na base da Pedra da Mina. Fique atento ao lugar onde montar a barraca para não acabar no meio de um lago em caso de chuva.