quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Picos mais altos do Brasil - Montanhismo

Os cinco Picos mais altos do Brasil - (Dados do IBGE)

Gosta de trekking, escalada, montanhas, frio e um visual de tirar o fôlego? Então descubra aqui quais são os 5 picos mais altos do Brasil!

1º Lugar: Pico da Neblina (Serra do Imeri, AM) com 2.995m.



2º Lugar: 31 de Março (Serra do Imeri, AM) com 2.974m.



Os dois primeiros picos estão localizados no norte do estado do Amazonas na Serra do Imeri. Situado em uma área remota e de difícil acesso, esses dois picos estão dentro de um reserva indígena dos Ianomâmis. Para acessar esses picos é necessária uma autorização formal do ICMbio e a contratação de guias credenciados.



Em média se leva de 7 a 9 dias para chegar até os Picos, iniciando a trilha com um 4x4 em seguida usando de canoas “voadeiras” para subir o rio Cauburis para começar uma longa e cansativa jornada por terrenos difíceis e alagados. Você vai passar por todo tipo de obstáculo que a floresta amazônica pode fornecer para lhe deixar exausto!

3º Lugar: Pico da Bandeira (Serra do Caparaó, divisa do ES e MG) com 2.891m.



O pico tem esse nome por causa do imperador Pedro II, por volta de 1859 o imperador determinou que fosse colocada uma bandeira do Império naquele que, na época, era tido como o ponto mais alto do Brasil.



Localizado na divisa dos estados do Espirito Santo e Minas Gerais era considerado o ponto mais alto do Brasil até 1965 quando foram feitas as primeiras medições no Pico da Neblina e no Pico 31 de Março.




É o pico mais acessível das montanhas mais altas do Brasil, com trilhas bem marcadas, mas ainda sim você estará exposto às mudanças bruscas de temperaturas podendo chegar a -17º no inverno durante a noite.



4º Lugar: Pedra da Mina (Serra da Mantiqueira, divisa de MG e SP) com 2.798m.



O quarto pico mais alto do Brasil leva esse nome por conta de quatro pequenos riachos que brotam quase do topo da montanha. Primeira subida documentada é datada do ano de 1955. A Pedra da mina faz parte de uma das mais lindas travessias do país a travessia da Serra Fina na Serra da Mantiqueira. O acesso para a Pedra da mina exige um bom preparo físico já que o aventureiro enfrentará subidas íngremes e técnicas. 



Leve muita água e roupas para o frio. As melhores épocas para chegar ao cume são durante a temporada de montanha que é entre o outono e inverno onde a probabilidade de uma tempestade forte com descargas elétricas é menor. 

5º Lugar: Agulhas Negras (Serra da Mantiqueira, divisa de MG e SP) com 2.790m.



O quinto lugar fica em primeiro no coração de muitos montanhistas. A beleza do lugar é algo incrível para ser contemplado de todos os ângulos. O Acesso ao cume é bem técnico e é sempre importante contratar um guia credenciado.





Fora as vias de acesso normal os cume o Pico das Agulhas negras conta com diversas vias de escalada, a maior parte no maciço das Prateleiras.

Prateleiras
O Pico das agulhas negras ficou muito famoso nos anos 80 após uma forte nevasca que transformou completamente a paisagem que atraiu a atenção de turistas e da grande mídia na época!

Neve no Pico das Agulhas Negras na década de 80


REFERÊNCIAS


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Alerta aos viajantes: Hantavirose




Você sabia que existe uma doença transmitida por roedores silvestres (ratinhos que vivem em matas) chamada Hantavirose? É uma doença particularmente importante para quem vive próximo a ambientes silvestres, ou tem contato com esses ambientes em viagens e passeios. Esta doença está distribuída em todas as regiões do Brasil e o número de casos vem crescendo ano a ano.



O grande responsável por isso tudo é um vírus de RNA, chamado Hantavírus que pode causar as formas clínicas da febre hemorrágica, a síndrome renal por hantavírus e a síndrome cardiopulmonar por hantavírus. Em outras palavras, uma doença grave que leva a óbito 4 dentre 10 pacientes diagnosticados. Há 32 tipos de hantavírus no mundo, sendo que 3 deles já foram identificados no Brasil.



Mas como esses vírus são transmitidos dos inocentes ratinhos silvestres aos inocentes visitantes humanos? Bem, secreções como saliva, fezes e urina de roedores contaminados secam e se misturam à poeira da terra e do ar, a principal forma de transmissão se dá quando a pessoa inala a poeira em que o vírus esteja presente. Há ainda a possibilidade de transmissão através da pele (contaminantes em contato direto com ferimentos ou mordedura de rato). O contato do vírus com mucosas é também uma fonte de contaminação, ou seja, se você tocar um local contaminado e, distraidamente, levar as mãos à boca, olhos ou nariz pode se tornar a próxima vítima.





A Hantavirose parece surgir em maior número entre os meses de março e agosto, durante o período de seca, coincidentemente período de preferência para o montanhismo. Isso acontece pois, com o fim das chuvas, os alimentos ficam escassos e os roedores saem para buscar alimentos perto dos habitats humanos. Além disso, a falta de chuva favorece a dispersão de aerossóis contaminados, ou seja, a poeira de um solo muito seco de ambiente silvestre pode ser uma fonte de contaminação aos viajantes.





Por curiosidade, os roedores não desenvolvem a doença e tornam-se portadores sãos, o que os torna transmissores pela vida inteira. Já em humanos, os sintomas são febre, dores musculares e de cabeça, diarreia e vômito, dificuldade para respirar, taquicardia, tosse seca, hipotensão e edema pulmonar, podendo evoluir para insuficiência respiratória aguda e óbito.
Após a contaminação, o início da doença se dá entre 3 e 60 dias. Assim, em caso de mal estar relacionado aos sintomas descritos, é importante informar ao médico onde mora e por onde passou nos últimos sessenta dias.
Infelizmente ainda não existe vacina ou tratamento específico e a única maneira de evitar o pior é o diagnóstico precoce e o manejo hospitalar adequado.
Como mencionei, existe o risco de contrair a doença durante passeios ou em qualquer contato mais íntimo com a natureza. Mas não se desespere! Existem algumas formas de prevenir essa contaminação. Se você gosta dessas atividades, evite práticas como deitar diretamente no chão, acampar com locais com presença de fezes de roedores ou de outros pequenos animais e andar descalço. Além disso, se for levar alimentos, deve mantê-los em recipientes hermeticamente fechados.



Saiba que em ambiente externo, a concentração do vírus diminui sensivelmente mas de qualquer maneira, não se deve descuidar quando se trata de qualquer atividade que possa levantar poeira, mesmo em ambiente bem ventilado.
Vale lembrar que está proibida a captura de roedores sem a presença e orientação da equipe do Instituto Adolfo Lutz/Fiocruz e equipamentos de proteção adequados, então evite bancar o herói. Lembre-se de que você que está na “casa” desses pequenos animais silvestres e não o contrário.  
Com cuidado, todo mundo se diverte sem prejudicar a saúde ou a natureza.


REFERÊNCIAS